sábado, 11 de dezembro de 2010

Roda Viva

Chico Buarque

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Finalmente uma Lei digna!

http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007
Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

No caminhar do aluno, a progressão continua...

Num dia desses de fim de ano, encontrei um aluno a caminhar beirando um pequeno rio da cidade litoranea. Já havia cumprido todos os seus deveres escolares, como bom aluno que é, e estava agora à toa, a caminhar a esmo, sem buscar qualquer preocupação.
Eu, acabava de sair de um Conselho de Escola, e estava desmotivada de qualquer coisa, estava beirando a um colapso de incompreensão diante da nossa estranha maneira de reprovar ou aprovar alunos.

Bom, apenas para expor os casos mais graves: os alunos que tiram boas notas o ano inteiro, e no ultimo bimestre tirou uma nota vermeha fica de recuperação final. Já o aluno que tirou só notas vermelhas o ano inteiro, e no último segundo do 4° bimestre consegue tirar uma nota azul, esta automaticamente aprovado!!!

Como podemos admitir que esse sistema de "progressão" do conhecimento esteja vigorando em nossa educação atual??? A grande questão: não seria um ato IMORAL? Dar créditos a quem progrediu no ultimo segundo, e reter alunos excelentes mas que por algum motivo não conseguiu atingir a nota exigida??

Penso que assim, estamos cada vez mais dando ênfase na atitude errada, ou seja, o aluno que for experto o suficiente terá o seguinte raciocinio: "não preciso fazer nada o ano inteiro, é só no final do ano estudar um pouquinho que ´já é suficiente para passar de ano".

Isso não desvaloriza o aluno que teve um  bom desempenho o ano inteiro? E mais; não desvaloriza o próprio trabalho do professor? A medida que pouco importa o conteudo que ele trabalhou o ano inteiro, sendo que no fim das contas todos os alunos serão aprovados??

terça-feira, 28 de setembro de 2010

EMEF Amorim Lima em São Paulo

Assitistam esse video, vale a pena!

http://www.dailymotion.com/video/xa5xdh_visitando-o-amorim_school

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sobre pedagogias..

Existem inúmeras pedagogias, tantas quanto às diferenças entre os seres humanos. Cada ser tem uma maneira de educar. Qual seria a melhor? Existe uma definição pronta para o ato de educar?
Primeiramente quero voltar a minha atenção para a instituição publica, já que essa é de interesse geral. Porque as muitas pedagogias existentes nos diversos setores educacionais, parecem nunca adequar-se ao meio publico. Posto que, ao tratarmos da educação publica, tratamos também dos problemas sociais vivenciados pelos seres humanos, tais como a miséria, a fome, a alienação e tantos outros entraves políticos sociais.
Um professor da rede publica não pode ser meramente um professor, ele deve ter em seu currículo uma vasta experiência como psicólogo, tutor, mãe, pai, assistente social, juiz, etc. Até ai tudo bem, vivenciar essas experiências já é uma situação cotidiana dos professores.
Porque muitas pedagogias dão certo em algumas instituições e não em outras? O que as torna aptas para serem implementadas em alguns locais? O dinheiro? A condição financeira das famílias dos alunos? A própria ideologia das pessoas que administram o espaço escolar? A participação efetiva dos familiares na aprendizagem dos alunos?


A propósito da educação pública...

 A principio deixo bem claro que para pensarmos numa pedagogia possível a educação publica, temos que desconsiderar primeiramente todas essas questões, que obviamente facilitam a aprendizagem, tais como a renda familiar, a participação dos pais, a administração escolar.
Temos que partir daquilo que já temos em mãos. Resta-nos muito pouco, concordo com vocês leitores... Mas, se quisermos fazer uma verdadeira mudança pratica no sistema educacional, temos que partir do principio. E o principio que temos é uma poeirinha, quase nada, mas lá está esse “quase nada”. E não podemos descartar o que já é. E sim, tentarmos, quase que tateando as escuras, descobrir um meio de mudar com as ferramentas que já temos.


O que temos...

Funcionários. Uns dizem que mal preparados. Tudo bem. Há mesmo muitos professores desqualificados trabalhando no estado. Mas o que afinal de contas quer o nosso governo ao abrir cada vez mais faculdades a distancia, que dão oportunidades a alunos que, muitas vezes saem semi-analfabetos do ensino médio???  Querem mais funcionários desqualificados!
A questão é que, a meu ver, educação não é uma tarefa que exige lá muita sapiência. Educar é ensinar os princípios éticos básicos de convívio com os seres humanos, e aqui creio que já temos um bom começo para aprimorar as redes publicas.
Vejo que muitos professores às vezes priorizam conhecimentos abstratos demais, se importam mais com as estatísticas de saresp, e esquecem que um ser humano esta se desenvolvendo sem ter a noção de que deve jogar uma casca de banana no lixo. Não que um professor possa passar esse conhecimento, que deveria ser passado aos alunos em suas casas, com seus familiares. Mas, como eles chegam nas ecolas assim, os professores deveriam ensinar essas regras básicas de convívio. Coisas simples e que fazem uma diferença absurda.
Aprender a ouvir, a falar, interagir e respeitar.


Não há uma pedagogia voltada especificamente para essas competências. Mas a educação estadual adora utilizar essa palavra, “competência”, soa bonito, mas, infelizmente os pedagogos parecem estar distante do seu verdadeiro significado, já que muitas vezes, eles mesmos tornam-se incompetentes na arte de educar. Privilegiam ideologias que, muitas vezes, nem eles mesmos entendem, pois não conseguem explicar, ou não vivenciam essas idéias em sala de aula para constatar o quanto é nulo os seus esforços teóricos.
A competência de um ser humano só pode vir à tona se o ambiente for propicio para isso acontecer. E aqui retomo mais uma vez a importância do espaço de aprendizagem. Um espaço que não esta distante da nossa possibilidade financeira orçamentária, já que muito se têm investido em educação, e principalmente em apostilas da pior qualidade, vídeos ruins, pedagogos que mais parecem fantoches, livros para quem é semi-analfabeto, computadores que ficam aprisionados numa sala de mofo.
Porque não direcionar esse dinheiro a construção de um jardim?As salas com cores vivas? Descartar as velhas carteiras enfileiradas, e espalhar almofadas com detalhes feitos pelos próprios alunos? Porque não dar-lhes material para pintar, para costurar, para cozinhar, para tocar, dançar, brincar? Garanto que isso sairia a um custo menor do que já é gasto nas escolas atuais.
Nas redes publicas temos sim muitos profissionais de excelente qualidade, mas que nunca conseguem dar suas aulas satisfatoriamente devido a grande quantidade de alunos em sala de aula, as questões burocráticas pedagógicas, enfim, não há autonomia. Não há um beneficio qualquer em lecionar numa escola publica, pois não se encontra em momento algum a valorização do ser humano. Muito pelo contrario; apenas um esforço inútil em direção ao vazio existencial que leva o professor a ter um colapso nervoso mais cedo ou mais tarde, traumas psicológicos dos mais variados, e pior ainda; a dissolução e perda de sua própria identidade. Como é que alguém com tantos problemas assim poderá educar? Ser altruísta? Equilibrista na corda bamba? Só de lhes escrever sobre o assunto tenho vertigens.

domingo, 26 de setembro de 2010

"O espaço..."

Essa questão do espaço escolar, pode não parecer de extrema importância, mas quando atentarmos para o problema de maneira consciente, veremos que é um dos grandes fatores que impedem a aprendizagem do aluno.
E aqui gostaria de fazer um breve paralelo com a filosofia de Foulcaut que em suas especulações filosóficas nos adverte quanto à necessidade das instituições públicas manterem-se dentro dos parâmetros do “Vigiar e punir”.
O espaço é uma causa necessária dessa situação de vigilância e punição. Se alguém já teve o desprazer de entrar numa escola publica, verá que ela pouco se diferencia de uma prisão. Grades, muros altos, poucas cores, banheiros quebrados, carteiras enfileiradas, cimento por toda parte, não há grama nem arvores.
Como manter o aluno consciente num ambiente hostil que só lhe reprime? Como queremos educar alguém se o ambiente de trabalho não é propicio para a educação? E aqui, ressalvo que não depende do professor essa atitude, pois se as escolas tivessem autonomia suficiente para investir o dinheiro que recebe do governo, ela poderia fazer, se quisesse, esse ambiente tão promissor.
Não sei se é de conhecimento geral que todo dinheiro que entra numa escola pública tem destino certo, como quase todo o orçamento do estado e do país. O problema desse tipo de distribuição não leva em conta as particularidades de cada espaço, de cada escola. Por certo que às vezes a escola precisa reparar o encanamento do banheiro, mas o dinheiro que lhe foi enviado só pode ser gasto com a manutenção dos computadores. Às vezes o dinheiro tem que ser gasto com besteiras desnecessárias e o que realmente precisa de investimento fica estático.
Aqui acredito que pude explicar o que entendo por espaço e o quanto essa idéia de melhoria do espaço escolar só pode ser conseqüência de uma autonomia maior das escolas com relação aos seus gastos.
Mas acho que aqui começo a pisar em cacos, pois abranger essas questões, tais como política e autonomia, entramos numa questão perigosa para os nossos vigilantes e punidores...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Quanta mentira...

http://www.youtube.com/watch?v=pMvGokKgS08&feature=channel

Uma Escola Possivel?

Uma escola possível

Penso que se uma escola pudesse ter um espaço acolhedor, primeiramente, muitos dos problemas de insuficiência de “ordem” seriam resolvidos.
Tudo deve começar pelo ambiente. Um ambiente que pode ter a cara dos próprios alunos, pode ate ser feito pelos próprios alunos. Pode ter cores vivas, jardins com verdes gramados, arvores que tocam o céu, frutas, flores, e a arte dos alunos espalhadas pelos quatro cantos da escola.
Certamente é preciso entrar em questões políticas para situar essa escola no campo da possibilidade, visto que essa escola só dará certo se o numero de alunos em cada sala de aula for reduzido pela metade. Ou seja, de 40 a 50 alunos cairíamos para uma quantia razoável de 20 a 25 alunos por turma.
Portanto, obviamente, nossos políticos teriam por obrigação, que abrir novos espaços para a aprendizagem. O que a meu ver, não seria um gasto muito maior do que o que já existe hoje com burocracias absurdas e idéias inúteis.
Vou citar alguns exemplos de como o dinheiro publico direcionado a educação é mal gasto, e isso, creio que intencionalmente. Essa semana tivemos um provão na escola, e para cada professor da escola foram imprimidos pilhas e pilhas de papéis que serão jogados brevemente no lixo. Assim como a impressão de diversos livros didáticos voltados para a questão pedagógica escolar, mas que se resumem a pedagogias baratas e nulas, posto que pouco ou nada possuam de aproveitamento nas aulas dos professores.
Longe de mim criticar sem conhecimento de causa. Vi e conheci cada detalhe minucioso dessas praticas escolares, mas, infelizmente, não puder tirar proveito de absolutamente nada para o meu comportamento pedagógico ao lecionar uma aula.
Quero apenas indagar o quanto o dinheiro publico é investido em coisas nulas, dinheiro jogado no lixo! O maior exemplo de todos, e que todos os que trabalham nas escolas tem conhecimento, é o caso dos computadores que ano após ano chegam empacotados nas escolas, e que nunca são expostos aos alunos, ou seja, muito desse material é jogado às tralhas nas escola, e custam um valor altíssimo!
Sem contar os livros que os alunos receberam do governo esse ano, livros caros, de literatura fina, coisa digna de primeiro mundo! Mas quanta generosidade tem o nosso ilustre governador! Distribui brioches aos famintos! Dá o melhor da poesia e da literatura universal à quem não sabe ler e escrever! E isso para mim é demais! Pude ate ouvir os rumores dos meus alunos que queriam vender os livros, ou doa-los ou simplesmente queima-los em noites de frio! Observem o absurdo da educação atual no estado de São Paulo...
Creio que com esses exemplos já pude reunir provas suficientes da “burrice” de quem esta administrando o dinheiro publico. Ou melhor, não tão burrice assim. Afinal de contas, manter a alienação das camadas menos abastadas da sociedade é prova de uma tremenda e sagaz falcatrua!
Pelos pormenores, a idéia do texto era trazer a possibilidade de viabilizar uma escola publica sem alguns dos problemas encontrados atualmente, tais como, casos de violência, de insanidade, de perda de identidade, de enganação, e principalmente da perda do valor do próprio ser humano que se esquiva cada vez mais de si mesmo e se expõe a degradações severas impostas pelo sistema educacional. E isso serve para TODOS os envolvidos direta ou indiretamente com a educação.
Então se a idéia era essa... Ruminemos!





Começamos com a política...

1º) Cada escola deve ter autonomia de idéias, financeira e política.

2º) Construir-se-ão novas escolas com a finalidade de diminuir a quantidade de alunos em sala de aula.

3º) O espaço deve ser criado pelos próprios alunos.

4º) No ensino fundamental devem-se privilegiar as disciplinas que envolvem os alunos em tarefas cotidianas, tais como plantar, cultivar, cozinhar, tocar um instrumento musical, pintar, ler e escrever e educar o corpo na educação física.

5º) Para o ensino médio ficariam voltadas as disciplinas mais próximas ao interesse dos alunos, com a finalidade de direcioná-los ao mercado de trabalho. Portanto as áreas mais exigidas seriam aquelas nas quais os alunos demonstrem maior interesse.

6°) Não haveria nenhuma abordagem pedagógica especifica em cena. O trabalho seria criado de acordo com as necessidades de cada ser humano.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Uma brecha...

Pois não é que quando menos se espera, uma esperança se interpõe no caminho?! Ontem, um dia especial na escola, devido a um evento sobre o já famoso "bulling", apresentamos um show com a minha banda de samba-jazz, e por incrivel que possa parecer, muitos alunos adoraram o evento!
Pensei: é claro que iriam gostar! O grande problema é que quase nunca tem a oportunidade de conhecer esse estilo de musica, ou entao de ver a escoloa com outros olhos, num dia especial.
Tambem gostei muito de criar filmes com os alunos, com seus aparelhos de celular, maquinas fotograficas e "mequetrefes" que antes, a meu ver, apenas serviam para "atrapalhar" a aula ao som de musica ruim. Enfim, deu pra vizualizar o quanto dá pra criar coisas interessantes na sala de aula com essa nova tecnologia. E mais além, o quanto alunos que pareciam ter um comportamento dificil, nesse dia contribuiram da maneira que podiam, e ajudaram em muitas coisas.
De maneira geral, a escola pôde ser resgatada nesse dia. Um unico dia em que respiramos festa, alegria, e construimos juntos um saber. Só de ver seus olhos vibrantes com a musica, e de poder incentivar um canto em unissono numa escola publica, eu lhes garanto, caros leitores, é uma DÁDIVA...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Aluno, Estado, Mundo, Eu.

Há algumas horas estive em sala de aula onde fui agredida verbalmente por um aluno. Uma criança de oitava serie, me tirou do sério, tive que tomar fôlego para prosseguir a aula, para prosseguir o dia como se nada tivesse acontecido.
Infelizmente essa é a realidade dos professores da rede publica do Estado de São Paulo, e talvez do país inteiro. E ainda pior, o que mais me choca, é que talvez o período de crise seja tamanha que não somos os responsáveis por isso. Alias quem seria??
Pergunto a mim, aos “profissionais” da educação, onde esta o erro? Como podemos saná-lo? Mas um eco vazio ressoa por entre as entranhas do emaranhado político publico: nada. Nenhuma voz se ouve, nenhum ser vivo questiona, afinal de contas, tudo esta do único jeito possível de se estar.
O fato é que um garoto de 14 anos me dá medo. Como posso sentir isso? Como posso enxergar-me nos olhos dele? Penso que ele é a mais pura manifestação do que conhecemos como inconsciente inconsistente coletivo. E ele sou eu também. Miséria.
Ao me levantar da mesa do professor e chamar-lhe a atenção, já sabia de antemão onde isso tudo iria parar: na sala da direção. Mas a direção encaminha o “problema” a outras instituições, que nada resolvem. E o “problema” é jogado de um lado a outro, como bola de ping pong, ou melhor; batata quentíssima, fervente.
Qual é o problema afinal? Ora, o problema do desrespeito ao próximo, e do medo. Tenho medo dele, os alunos temem a ele também, a direção, as outras instituições, o governo, Jose Serra, Dilma e outros tantos, não querem olhá-lo. Está distante de seus mundos, não podem visualizar esse fato cara a cara, como eu observei hoje.
Quis ser corajosa e o encarei. Seus olhos refletiam os olhos do mundo. Era a dor do mundo, era a náusea do incabível, silêncio que extrapola em meio ao caos. Pude ouvir sua voz execrar-me, punir-me por estar num sistema que ele mesmo não entende.
Como queria dizer-lhe que, no fundo, ele esta certo, que não somos obrigados a adequar-nos ao sistema dilacerante, mas a violência vermelha tomou-lhe os olhos. Estavam fumegantes. Queriam atirar fogo para todos os lados, para afundar no lodo. O lodo já é sua moradia, dia a dia. Sua mãe lhe defende, deve pensar: ao menos uma. Mas ela mal sabe que assim apenas piora a situação do menino mimado.
E a questão prevalece... Qual é o problema de fato? O sistema? A indisciplina? A inversão de valores? A crise atual da sociedade democrática brasileira? A má distribuição de renda do país? Onde esta o cerne do problema? Acho que se pudermos juntos questionar esse entrave político educacional do país, podemos ao menos construir uma base sólida e eqüitativa dos bens públicos. Educação é um bem, quiçá o maior de todos os bens, e esta sendo jogada às tralhas no baú da ignorância e do descaso.
Àqueles interessados em, não apenas problematizar a educação, mas propor um hemisfério que possa atingir com veracidade a questão do ser humano como um ser social, criativo e lúcido.