quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sobre a Mídia e a Sala de Aula... (Uma aula sobre Cultura de Massa)

Acabo de sair de uma aula frustrante de um 2°ano do E.M. É aterrorizador saber que você não tem valor algum diante de tantos adolescentes. É de adoecer qualquer indivíduo, por melhor profissional que ele seja...
Estava tentando falar sobre cultura de massa, um tema bem interessante e geralmente envolvente entre eles, que logo se identificam com a proposta. Mas todo esforço é vão quando se tem uma sala de 40 alunos, todos mais interessados em seus clichês inquestionados, suas músicas sem qualidade, o seu afeto ao consumismo desnecessário de celulares gratuitos.
Pensei que o motivo daquela conversa poderia ser muito proveitosa pra eles. Mas a regra é não ter regra em se tratando de sala de aula super lotada, pois quase nada dá certo. A não ser as inconveniências.
Quis chorar diante daqueles seres tão sem culpa, e me senti culpada por isso. Pensei em antidepressivos que trouxessem novamente minha alegria de viver. Minha juventude que me foi tirada pelo escárnio de adolescentes perversos.
Alguns podem até mesmo questionar e dizer: "mas você é adulta, eles ainda são crianças e não sabem o que fazem..." A esses tenho a incrível solução de encaminhá-los apenas um dia, ou melhor, apenas uma ou duas aulas seriam suficientes para abrir-lhes os olhos da condição alienante em que vivem nossa adolescência atual. Tamanho desrespeito para com o outro, tamanho desinteresse os assola diante de problemas brutais que ocorrem no mundo.
A escola deveria melhorar sua condição tecnológica? Sem dúvida. Mas não é esse o ponto. Pois estamos tratando de uma questão mais abrangente do que tecnologia na sala de aula como recursos didáticos.  A questão que se coloca é: vivemos num mundo midiático, onde se consome cada vez mais desenfreadamente, onde o que se vende não são apenas produtos materiais, mas ideologias estigmatizadas pela sociedade, padrões de conduta que extrapolam nosso bom senso. Portanto, qual é nosso papel enquanto educadores de pessoas completamente aquém dos problemas centrais que ocorrem no mundo? E mais ainda, como fazê-lo?

Volto a primeira proposta central desse blog, pela redução da quantidade de alunos em sala de aula, portanto a construção de novas escolas. Redução na jornada de trabalho dos professores, que não aguentam trabalhar por longas horas semanais, estando submetidos a esse meio problemático escolar.

Sem esses primeiros passos na educação, uma educação de qualidade será mera utopia, teoria fajuta perambulando no nada, vazio existencial do ser humano.