segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sobre pedagogias..

Existem inúmeras pedagogias, tantas quanto às diferenças entre os seres humanos. Cada ser tem uma maneira de educar. Qual seria a melhor? Existe uma definição pronta para o ato de educar?
Primeiramente quero voltar a minha atenção para a instituição publica, já que essa é de interesse geral. Porque as muitas pedagogias existentes nos diversos setores educacionais, parecem nunca adequar-se ao meio publico. Posto que, ao tratarmos da educação publica, tratamos também dos problemas sociais vivenciados pelos seres humanos, tais como a miséria, a fome, a alienação e tantos outros entraves políticos sociais.
Um professor da rede publica não pode ser meramente um professor, ele deve ter em seu currículo uma vasta experiência como psicólogo, tutor, mãe, pai, assistente social, juiz, etc. Até ai tudo bem, vivenciar essas experiências já é uma situação cotidiana dos professores.
Porque muitas pedagogias dão certo em algumas instituições e não em outras? O que as torna aptas para serem implementadas em alguns locais? O dinheiro? A condição financeira das famílias dos alunos? A própria ideologia das pessoas que administram o espaço escolar? A participação efetiva dos familiares na aprendizagem dos alunos?


A propósito da educação pública...

 A principio deixo bem claro que para pensarmos numa pedagogia possível a educação publica, temos que desconsiderar primeiramente todas essas questões, que obviamente facilitam a aprendizagem, tais como a renda familiar, a participação dos pais, a administração escolar.
Temos que partir daquilo que já temos em mãos. Resta-nos muito pouco, concordo com vocês leitores... Mas, se quisermos fazer uma verdadeira mudança pratica no sistema educacional, temos que partir do principio. E o principio que temos é uma poeirinha, quase nada, mas lá está esse “quase nada”. E não podemos descartar o que já é. E sim, tentarmos, quase que tateando as escuras, descobrir um meio de mudar com as ferramentas que já temos.


O que temos...

Funcionários. Uns dizem que mal preparados. Tudo bem. Há mesmo muitos professores desqualificados trabalhando no estado. Mas o que afinal de contas quer o nosso governo ao abrir cada vez mais faculdades a distancia, que dão oportunidades a alunos que, muitas vezes saem semi-analfabetos do ensino médio???  Querem mais funcionários desqualificados!
A questão é que, a meu ver, educação não é uma tarefa que exige lá muita sapiência. Educar é ensinar os princípios éticos básicos de convívio com os seres humanos, e aqui creio que já temos um bom começo para aprimorar as redes publicas.
Vejo que muitos professores às vezes priorizam conhecimentos abstratos demais, se importam mais com as estatísticas de saresp, e esquecem que um ser humano esta se desenvolvendo sem ter a noção de que deve jogar uma casca de banana no lixo. Não que um professor possa passar esse conhecimento, que deveria ser passado aos alunos em suas casas, com seus familiares. Mas, como eles chegam nas ecolas assim, os professores deveriam ensinar essas regras básicas de convívio. Coisas simples e que fazem uma diferença absurda.
Aprender a ouvir, a falar, interagir e respeitar.


Não há uma pedagogia voltada especificamente para essas competências. Mas a educação estadual adora utilizar essa palavra, “competência”, soa bonito, mas, infelizmente os pedagogos parecem estar distante do seu verdadeiro significado, já que muitas vezes, eles mesmos tornam-se incompetentes na arte de educar. Privilegiam ideologias que, muitas vezes, nem eles mesmos entendem, pois não conseguem explicar, ou não vivenciam essas idéias em sala de aula para constatar o quanto é nulo os seus esforços teóricos.
A competência de um ser humano só pode vir à tona se o ambiente for propicio para isso acontecer. E aqui retomo mais uma vez a importância do espaço de aprendizagem. Um espaço que não esta distante da nossa possibilidade financeira orçamentária, já que muito se têm investido em educação, e principalmente em apostilas da pior qualidade, vídeos ruins, pedagogos que mais parecem fantoches, livros para quem é semi-analfabeto, computadores que ficam aprisionados numa sala de mofo.
Porque não direcionar esse dinheiro a construção de um jardim?As salas com cores vivas? Descartar as velhas carteiras enfileiradas, e espalhar almofadas com detalhes feitos pelos próprios alunos? Porque não dar-lhes material para pintar, para costurar, para cozinhar, para tocar, dançar, brincar? Garanto que isso sairia a um custo menor do que já é gasto nas escolas atuais.
Nas redes publicas temos sim muitos profissionais de excelente qualidade, mas que nunca conseguem dar suas aulas satisfatoriamente devido a grande quantidade de alunos em sala de aula, as questões burocráticas pedagógicas, enfim, não há autonomia. Não há um beneficio qualquer em lecionar numa escola publica, pois não se encontra em momento algum a valorização do ser humano. Muito pelo contrario; apenas um esforço inútil em direção ao vazio existencial que leva o professor a ter um colapso nervoso mais cedo ou mais tarde, traumas psicológicos dos mais variados, e pior ainda; a dissolução e perda de sua própria identidade. Como é que alguém com tantos problemas assim poderá educar? Ser altruísta? Equilibrista na corda bamba? Só de lhes escrever sobre o assunto tenho vertigens.

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