Ontem estivemos na assembléia dos
professores em São Paulo. Preciso expor aqui algumas considerações sobre o que
vimos, e o que senti nesses últimos dias de greve...
Na quinta-feira dia 19/03, nos
encontramos aqui em Ubatuba no calçadão da cidade. Lá, pela primeira vez na
minha carreira de 6 anos de Estado, nunca vi tantas pessoas daqui unidas por
uma causa. Boa parte dos professores daqui está engajada nessa luta, também
reconhecem que precisa haver mudanças urgentemente, e que agora é o melhor
momento para paralisar tudo.
Ficamos bem unidos e fortes nesse
dia, a ponto de caminharmos juntos, unidos, carregando bandeiras, cartazes e
entoando gritos contra o Governador Geraldo Alckmin, etc.
No dia seguinte, dia 20/03, nos
encontramos logo cedo para pegarmos uma vã rumo à capital paulista para
formarmos o grande corpo da greve dos professores do Estado de São Paulo.
Chegando lá, vimos que o vão do
Masp estava bem lotado. Surpreendentemente até mesmo embaixo de chuva o povo
estava bem entusiasmado. Porém, algo me deixou um pouco aborrecida, pois quando
a presidente de sindicato Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel) começava a
falar, o público entoava um “fora Bebel”!!!
Isso me deixou inquieta, pois eu não estava ali para questionar o papel
da presidente no sindicato. Acho que era exatamente dessa novela a que se
referiu o governador Geraldo Alckmin...
Olhando de fora, talvez o
governador pensasse: - nossa, eles nem sabem direito o que querem, talvez eu
deva me retirar até eles terminarem esse assunto particular deles...
Tá, tudo bem... Questionar o papel da presidente no sindicato pode
até ser uma discussão relevante. Mas, sinto muito, no meu ponto de vista, isso
não deve ser colocado AGORA em questão, pois desloca o ponto principal pelo
qual conseguimos unir tantas pessoas, ou seja, o fato de revindicarmos por um
aumento salarial e melhores condições de trabalho.
É esse o maior perigo para a
nossa classe não conseguir o que tanto almeja. Ou seja, cair em sindicalismo
nesse momento. Se quisermos unir cada vez mais os professores, não dá pra
deixar isso acontecer!!!
Nós precisamos aprender que agora
não é hora de picuinhas rasas... Temos algo de grandioso para alcançar, e só vamos
conseguir se nos unirmos e se centrarmos todas as nossas forças para um único
fim. Caso contrário essa luta pode afundar ou descentralizar, e até mesmo
chegar a tirar a presidente do sindicato do poder, mas assim não conseguiremos
a atenção do Governador, o nosso justo aumento salarial e nem melhorias na sala
de aula.
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